sexta-feira, 29 de outubro de 2010

COMPORTAMENTO

Desatenção, Inquietude, Impulsividade...TDAH

Distraído, enrolado, esquecido, desorganizado, impulsivo, agitado, inquieto...chega!

Estes são alguns dos adjetivos mais usados, comumente, para descrever o comportamento de crianças, adolescentes e até adultos que, injustamente são tidos como preguiçosas, irresponsáveis e rebeldes e porque não dizer teimosas, na verdade, possuem um funcionamento mental diferente. Conhecido como Distúrbio de Déficit de Atenção –DDA, ou Transtorno de Déficit de Atenção-TDA, com ou sem hiperatividade. Longe do conceito de doença, o TDA trata-se de um funcionamento mental acelerado, inquieto, que produz incessantemente idéias que por vezes se apresentam de forma brilhante ou se amontoam de maneira atrapalhada, quando não encontram um direcionamento correto.

O TDA ocorre como resultado de uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal. Quando pessoas que têm TDA tentam se concentrar, a atividade do córtex pré-frontal diminui, ao invés de aumentar (como nos sujeitos do grupo de controle de cérebros normais). Assim sendo, pessoas que sofrem de DDA/TDA mostram muitos sintomas, como fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade (apesar de que só metade das pessoas com DDA sejam hiperativas), problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento.

DDA/TDA é basicamente uma disfunção geneticamente herdada do córtex pré-frontal, devido, em parte, a uma deficiência do neurotransmissor dopamina.

Se seu filho não para quieto em lugar algum, desobedece ordens constantemente, não vai bem na escola, suas notas estão sempre caindo, é hora de saber o que está acontecendo. Não conseguem fazer a lição de casa, tem dificuldade de concentrar na sala de aula, junto á explicação do professor, deixando uma leve impressão de que não gostam de estudar...

Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é quando uma pessoa mostra sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade.

Como ocorre com a maioria dos problemas psicológicos (depressão, ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo), não há exames físicos que detecta o problema. Por isso, o TDAH é definido por uma lista de sintomas.

Ao todo são 21 - nove referentes à desatenção, outros nove à hiperatividade e mais outros três à impulsividade.

Quando a medicação é necessária, os estimulantes são à base de metilfenidato, os mais prescritos pelos médicos. Ao elevar o nível de alerta do sistema nervoso central, ele auxilia na concentração e no controle da impulsividade.

O medicamento não cura, mas ajuda a controlar os sintomas - o que se espera é que, juntamente com o acompanhamento psicológico, as dificuldades se reduzam e deixem de atrapalhar a qualidade de vida.

Um dos instrumentos mais eficientes para diagnosticar o TDAH é a observação. Alguns dos indícios começam bem cedo: já no primeiro ano de vida, podemos identificar bebês que não conseguem estabelecer um ritmo de mamada, que se irritam facilmente e dormem muito pouco, explicam os especialistas, que afirmam, ainda, que o diagnóstico é feito a partir dos cinco anos - quando a criança atinge certa sociabilidade e também está na idade escolar.

Para o TDAH ser diagnosticado, os sintomas deve aparecer em mais de um ambiente: em casa, na escola, no clube, em casa de amigos...

Os especialistas recomendam, que, após diagnosticado o TDAH, o medicamento deve ser necessariamente prescrito. "O remédio abrevia o sofrimento e melhora a qualidade de vida, garantem.

Além da abordagem farmacológica, o tratamento do TDAH envolve ainda o acompanhamento psicoterápico e psicossocial. Essa combinação de tratamento, que engloba profissionais das áreas médica, de saúde mental e emocional, é denominada de intervenção multidisciplinar.

O tratamento em si é um auxílio enorme, mas não podemos acreditar que apenas ele resolve o problema. Acredita-se ser primordial para a melhora do quadro de TDAH é a pessoa aceitar o transtorno.

Na verdade, o quanto mais tarde o problema é diagnosticado, maiores os prejuízos sociais, educacionais e psicológicos, pois o adulto não diagnosticado na infância cresce sem ter consciência da causa do seu comportamento e sem a possibilidade de criar ajustes na sua maneira individual de ser.

Texto: Neide Galinari

Fonte:Livro Mentes Inquietas- Ana Beatriz B.Silva

Blog Mundo da Criança Hiperativa